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EFPFNa mesma semana em que membros do governo ilegítimo de Michel Temer alteraram, de maneira grosseira e pejorativa, a página oficial daquele que é considerado um dos maiores pedagogos do mundo, o MSTL inaugurou seu espaço de formação e homenageou o professor Paulo Freire.

O agora ESPAÇO DE FORMAÇÃO PAULO FREIRE fica em nossa sede, em São Bernardo, e vai abrigar cursos, debates e planejamentos para as ações do MSTL e dos militantes e entidades parceiros.

Miriam Hermógenes, da direção do Movimento, reafirmou o compromisso com o investimento em formação e já indicou um dos programas que serão desenvolvidos no Espaço: o Cine Debate: "Temos um grupo de militantes do MSTL que está fazendo o CRB - Curso Realidade Brasileira, que para a maioria de nós é bastante puxado. Há um compromisso de seus membros de lerem livros específicos antes de cada encontro, e nós temos tido um pouco de dificuldade, seja por tempo, seja pela falta de oportunidade de debater com outras pessoas o tema a ser estudado. Por isso, vamos criar o Cine Debate, que serão sessões de cinema com filmes relacionados aos temas do CRB, abertas à comunidade".

Primeiro evento debateu a violência contra a mulher

EFPF2Em seu primeiro evento, o Espaço de Formação Paulo Freire debateu o tema "Cultura do Estupro", que teve como facilitadores o educador Marco Arroyo e a assistente social Eloísa Gabriel, ambos amigos de longa data do MSTL e militantes da CMP, além de Monik Mantovani, jovem beneficiária do Projeto Frei Tito e quem propôs o tema do debate.

Durante mais de duas horas e com ampla participação dos presentes, os facilitadores apresentaram dados estarrecedores sobre a violência contra a mulher em nosso país e combateram, duramente, a triste cultura de responsabilizar a vítima pelos crimes cometidos.

"É um absurdo considerar que a vítima do estupro possa ser responsabilizada. Não podemos reproduzir falas equivocadas que ficam questionando se a roupa estava curta, se o cabelo estava com um corte adequado, se a mulher estava no lugar certo", afirmou Monik.

Marco Arroyo, que é do Fórum de Homens Contra a Violência às Mulheres ressaltou a importância da conscientização dos próprios homens sobre o tema: "Quando há tantos casos de violência e de estupro, como temos visto no Brasil, precisamos refletir qual a formação estamos oferecendo aos nossos filhos. Temos que educá-los para que compreendam que o respeito à mulher, ao seu corpo e à sua vontade é fundamental para que possamos construir uma sociedade igualitária".

O peso do patriarcado e a histórica desigualdade imposta pelos homens foram os temas trazidos por Eloísa Gabriel. Segundo ela, esta desigualdade é sentida em todos os setores da sociedade: "Quando temos um mundo que tutela a mulher e a coloca como cidadã de segunda classe, afetada diretamente por uma brutal discriminação e desigualdade, produzimos situações como esta que estamos debatendo aqui, da perpetuação da cultura do estupro".

Ação

O MSTL vai debater com as famílias as propostas de ação levantadas durante o debate para que nossas comunidades sejam territórios livres de qualquer ato de violência, especialmente contra as mulheres.

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